O 'fenômeno' P$G

Lucas Borges

Atualmente, é cada vez mais destacada a importância do dinheiro nos empreendimentos. O futebol não foge à regra capitalista. Fenômenos de marketing e papa-títulos, como Manchester United, Bayern Munique e Barcelona conseguiram grande prestígio em consequência da hegemonia em seus respectivos países, mas também de grandes cifras envolvidas. Outro fenômeno também presente é o de clubes, de certa forma, sem tradição internacional, mas que, recebendo os petrodólares de sheiks e magnatas, se tornam fortes em seus países.
                                     
O novo rico do planeta bola é o PSG. Os franceses estão contratando em peso, montando o típico Dream Team. Sob a imagem de seu diretor de futebol, o ex-lateral Leonardo, vêm pulando a etapa de erros sofrida por Chelsea e Manchester City, que pecaram nas contratações devido ao excesso de dinheiro. O diretor mesclou a contratação de bons jogadores (Lavezzi e Thiago Motta), ídolos mundiais (Ibrahimovich e Thiago Silva) e jovens revelações (Lucas e Pastore).

No último fim de semana, o inglês David Beckham fez a sua estreia pela equipe da capital francesa e o destaque foi a repercussão internacional causada. Os números, divulgados pela imprensa local, impressionam de todas as formas. Cerca de 3,2 milhões de telespectadores - apenas na França. A partida, que foi transmitida para cerca de 150 países, ainda figurou entre os assuntos de maior repercussão na rede social Twitter durante o domingo.

David Beckham, no entanto, vem sustentando a sua carreira nos últimos anos pela sua imagem, não pelo futebol jogado. A genialidade do jovem que surgiu no United não aparece mais em campo, mas o jogador ainda leva grande repercussão aos times em que atua. E parece claro que, mesmo com a "força" midiática do inglês, com o tempo, o meia ficará na reserva na forte equipe do PSG.

O 'paradigma' Lucas

Outra contração do PSG, embora não tão badalada como a de Beckham, vem ganhando seu destaque. Mas pelo futebol jogado, e não pela força extra-campo: Lucas. Após pouco mais de um mês, o jovem meia vem demonstrando ser peça essencial ao clube "galático". Ele disputou oito partidas, está invicto desde a estreia. São sete vitórias e um empate. Outro fato relevante: durante o tempo em que ele esteve em campo, os franceses não levaram gols. 

Os números jogam a seu favor, e o velho ditado da cultura futebolística (falha) do Brasil, de que atleta bom tem que jogar na Europa, tem dado certo no caso do jovem. O amadurecimento faz lembrar a passagem de Ronaldinho Gaúcho pelo mesmo PSG. Muito questionado depois da saída conturbada do Grêmio, o meia, hoje no Galo, seguiu rumo a um time de menor "expressão" na Europa, para depois chegar a uma grande equipe. Assim como ele, os artilheiros Ronaldo e Romário, mas, para o holandês PSV Eindhoven.

Trilhando o caminho de Oscar e de velhos ídolos brasileiros, Lucas surge como outro possível salvador da pátria, na Copa de 2014. Correndo por trás e na sombra de Neymar, o jovem meia pode ser peça importante na seleção de Felipão e ajudar conquistar o hexacampeonato.

'Política' inovadora

Ao longo dos últimos dez anos, vimos o Chelsea tornar-se o novo rico, e talvez o primeiro a seguir esse ramo de investimentos por meio de um magnata. Já na Espanha, o Málaga surgiu como um possível time dos petrodólares. E até no Brasil, sob grandes investimentos da Unimed, o Fluminense vem conquistando destaque e títulos nacionais. Todavia, o diferencial do PSG em relação a estas equipes está em sua política de contratações.

O time francês mesclou em suas contratações. A técnica do ex-lateral e agora diretor de futebol, Leonardo, é a de contratar de tudo um pouco. Desde jogadores de apelo midiático a revelações do torneio local, e de jovens de nível mundial a medalhões em baixa, o time vem montando um sólido grupo e caminhando para conquistar o Campeonato Francês e ser um possível favorito ao título da Liga dos Campeões.

As contratações de Thiago Silva e Ibrahimovic significaram as melhores aquisições da Europa. E, de certa forma, a dupla tem se destacado na temporada. Mas a vinda de atletas como Matuidi, Pastore e Lucas, que são apostas, representou a força nas contratações e uma política que sinaliza para a montagem de um bom elenco, a partir da mescla entre craques e peças essenciais. 

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