Sucesso à moda latina

Vinícius Dias

Em setembro passado, o Real Madrid pagou ao Tottenham mais de € 100 milhões por Gareth Bale - a negociação mais cara da história do futebol. Pouco antes, o Barcelona havia investido € 65 milhões e tirado Neymar do Santos. Na mesma época, o Atlético de Madrid perdia Falcão García para o Monaco. Com orçamento de € 110 milhões, Simeone acreditou em David Villa, contratado por € 5 milhões. O projeto era transformar o 'pouco' em 'muito', em terra de gigantes

Após nove meses, o sonho colchonero se torna palpável. 18 anos depois, encerrando revezamento de nove temporadas entre Real e Barcelona. Na última das 38 decisões, e mesmo após perder Diego Costa e Arda Turan, lesionados no início do duelo, o Atlético manteve seu mantra: acreditar. A história pode ter páginas ainda mais gloriosas, no dia 24, na final da Liga dos Campeões. Mas não há quem possa destruir o castelo de raça e suor erguido por Simeone.

Simeone: título que confirma a regra
(Créditos: Ángel Gutiérrez/Atlético de Madrid)

Simeone é mais um técnico sul-americano a brilhar na Europa. No mesmo ano em que Pellegrini comandou o Manchester City rumo ao (inacreditável) título da Premier League - que teve o Southampton, de Pochettino, como surpresa. Dois anos após Bielsa levar o limitado Athletic Bilbao ao vice da Liga Europa. No ano em que a Colômbia voltará à Copa, depois de quatro edições, pelas mãos de Pékerman.

O sucesso latino...

Claro, a regra tem exceções - Martino, de saída do Barcelona, é uma. Mas os técnicos dos demais países sul-americanos, com a mescla de técnica e transpiração, continuam a emplacar ótimos trabalhos por lá. Enquanto os brasileiros se apegam ao ciclo vicioso: altos salários e nenhuma inovação. Tal como os clubes, que protagonizaram o pior resultado em Libertadores nos últimos 23 anos.

Os vizinhos exportam treinadores, enquanto o Brasil observa.
Pergunte a Miranda, por exemplo: eles têm feito bonito por lá!

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