Filme de Lobo Mauro integra a programação do 5º Cinefoot na
capital mineira; curta foi premiado na edição da mostra no Rio

Vinícius Dias

Um pé esquerdo, um milagre e um caldeirão. No dia 30 de maio de 2013, Victor Leandro Bagy se tornava São Victor. Quando Riascos partiu para a bola, o goleiro, numa defesa profética, impediu que o chute rompesse as redes e a esperança atleticanas. Cena de cinema. "A ideia do filme surgiu duas horas após o término do jogo", destaca o cineasta Mauro Reis, mais conhecido como Lobo Mauro. "Moro no Rio de Janeiro, mas fui ao Horto naquele dia. E, como muitos ali, vivi a minha experiência futebolística mais transcendental", acrescenta.

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Quando se sonha tão grande, a realidade aprende será exibido em Belo Horizonte nesta terça-feira, às 21h30, no Cine Belas Artes. "Fico curioso para saber o que cada um sentirá ao assistir ao filme", observa Lobo. A expectativa, segundo ele, aumentou após conquistar o prêmio de melhor curta - júri popular - na edição carioca do 5º Cinefoot. "Meu coração, uma charanga em arritmia. Senti-me o Galo em 1971 vencendo o Brasileiro no Rio", descreve.


Tudo começou na madrugada do dia 31, frente ao computador. "Pedi para que os não dormidos relatassem para mim onde estavam, o que sentiam e o que viram durante o pênalti", lembra o cineasta. A ideia, a princípio, era produzir um vídeo 'inocente'. "(Porém, o) Galo amplifica tudo, não é?". A iniciativa ganhou destaque na mídia, chegou aos ouvidos do personagem principal, Victor. "E tive, então, que pegar o filme pelo 'chifre das ideias'", recorda o cineasta.

Homenagem ao rádio

Com script definido, Lobo Mauro enxergou no curta, de 14 minutos, uma oportunidade de homenagear o rádio esportivo. "É indissociável do futebol, é uma carga afetiva que nos acompanha", diz. A narração dos depoimentos coube a Willy Gonser, definido por Lobo como mito. A trilha sonora fica a cargo de Osvaldo Reis, o Pequetito, da Rádio Globo. "É uma obra de arte, um presente imaterial e imorredouro que ele deu a todos", justifica.

Voz de Pequetito compõe a trilha sonora
(Créditos: Lobo Mauro/Arquivo/Reprodução)

Sentimento que é compartilhado pelo autor da narração. "É, senão a mais importante, a que mais me projetou em todo o país", destaca Pequetito. "Chega a ser comovente. Foi uma presença de Deus, ali, que acabou por canonizar o Victor. E não tem como repetir aquela narração", acrescenta. Emoção e atleticanos escalados, a sessão vai começar. Quando se sonha tão grande, a realidade aprende.

Cine Usiminas Belas Artes
Rua Gonçalves Dias, 1581, Lourdes
Telefone: (31) 3252-7232

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