Há vida: o legado do ouro olímpico

Vinícius Dias

Seis décadas após a estreia olímpica do futebol brasileiro, o hino nacional ditou o ritmo do Maracanã nesse sábado à noite, coroando o inédito ouro vindo da vitória sobre a Alemanha, nos pênaltis, por 5 a 4. Longe de ser revanche ou de indicar que as feridas escancaradas pelo fracasso na Copa de 2014 estão resolvidas, mas perto de sinalizar um caminho em campo. Como bem disse o comandante Rogério Micale em entrevista pós-jogo ao SporTV: "nosso futebol está vivo".


O sonho enfim transformado em conquista passa pelos pés de Neymar e pelas mãos de Weverton, mas é coletivo sobretudo. Com a marca de um técnico especialista em futebol de base. Quatro atacantes, com talento e movimentação, no time de melhor defesa da competição. Renato Augusto destruindo e propondo simultaneamente. Se, apesar da evolução duelo a duelo, a seleção não foi brilhante por 120 minutos, parece ter pelo menos reconquistado o voto de confiança do torcedor.

Weverton e Neymar: ícones da decisão
(Créditos: Ricardo Stuckert/CBF/Divulgação)

E, com ele, tentará fazer história. Ao longo do tempo, o grande exemplo nacional de transição é o da equipe de 1988: sete dos 18 convocados por Carlos Alberto Silva foram a pelo menos uma Copa na década seguinte - cinco estiveram no tetra em 1994. Gabriel Jesus, pinçado por Guardiola; Gabriel Barbosa e Luan, alvos de gigantes; além de Neymar e Marquinhos, de Barcelona e PSG, personificam um presente com cara de futuro a ser moldado por Tite para repetir o feito.

Nem revanche, nem resolução dos problemas de bastidores.
O grande legado das Olimpíadas é o sinal de vida em campo.

Um comentário:

  1. Parabéns a todos os jogadores, e principalmente ao técnico Rogério Micale que teve a coragem de enfrentar o desafio e sabedoria para vencer.

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