Mano Menezes: de novo, a solução?

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Após não conseguir convencer a direção de seu trabalho, Paulo Bento foi demitido pelo Cruzeiro. Para seu lugar, nada mais, nada menos que Mano Menezes foi o escolhido. O gaúcho de Passo do Sobrado foi o centro de uma enorme controvérsia no fim de 2015 por deixar o comando celeste e aceitar uma proposta milionária do futebol chinês. Depois dessa aventura frustrada - exceto na parte financeira -, o ex-técnico da seleção brasileira está de volta à Toca e encontra um Cruzeiro, digamos, bagunçado e em uma posição nada confortável.


Ano passado, Mano foi contratado para substituir Vanderlei Luxemburgo, após uma série de insucessos do 'professor'. Para quem não se lembra, o primeiro jogo dele à beira do gramado como treinador celeste foi contra o Figueirense, no Mineirão, pela 23ª rodada: triunfo do Cruzeiro, por 5 a 1, com quatro gols de Willian. Na oportunidade, o time se encontrava no 15º lugar da Série A, com 25 pontos - dois a mais que o Avaí, primeira equipe da zona do rebaixamento.

Aperto de mãos no retorno à Toca
(Créditos: Pedro Vilela/Light Press)

Com os três pontos conquistados na estreia de Mano Menezes, a Raposa chegou à 13ª posição. A pior colocação celeste na sequência foi a 14ª, ao fim da 25ª rodada. Ao longo da competição nacional, foram oito vitórias, seis empates e apenas duas derrotas sob o comando do técnico gaúcho. Com 55 pontos, o Cruzeiro terminou em oitavo lugar, muito perto de alcançar uma vaga para a Libertadores deste ano.

Dúvidas de Mano Menezes

Assim como na última temporada, ele é o terceiro treinador a passar pela Toca da Raposa II durante o ano. Em 2015, além dele, Marcelo Oliveira e Luxa estiveram no comando, enquanto nestes oito meses já estiveram lá Deivid e Paulo Bento. Mas e agora? O que Mano encontra e o que precisa fazer para tirar o time desta situação?

5 a 1: show na estreia ano passado
(Créditos: Fred Magno/Light Press)

Desta vez, ele assumiu o time na 19ª colocação, com 17 pontos, após 16 jogos disputados. Para se ter uma ideia, em 2015, depois das mesmas 16 rodadas disputadas, o time somava 18 pontos, entretanto ocupava o 14º lugar. Prova de que a disputa na parte de baixo da tabela está muito mais cruel e a verdade é que parte disso é culpa do próprio Cruzeiro, uma vez que foram vários pontos perdidos contra equipes que, agora, disputam a nada honrosa fuga do Z4.

62,5% dos pontos em 2015

Caso Mano Menezes consiga repetir o feito fenomenal quando fez 30 dos 48 pontos que disputou, ou seja, conseguir um aproveitamento de 62,5%, a Raposa ainda somaria cerca de 39 pontos - já descontando a derrota da última rodada, ante o Santos. Somando esses aos 15 já conquistados, o Cruzeiro chegaria a 54 pontos, soma mais do que suficiente para escapar com folga do fantasma do rebaixamento e, inclusive, próxima à do fim do Brasileirão de 2015, quando alcançou 55.

Na reestreia, derrota em Santos
(Créditos: Daniel Vorley/Light Press)

A questão, hoje, é se Mano conseguirá recuperar a auto-estima e o bom futebol do Cruzeiro. Na minha opinião, o elenco que ele terá à disposição nesse novo trabalho é levemente superior ao do último ano. Excetuando alguns setores e o fato de que boa parte dos principais nomes do elenco acabou de chegar, vejo hoje um grupo mais ajustado tecnicamente. Meu principal medo é o fator psicológico, já que não foram raras as vezes em que o Cruzeiro foi melhor que o adversário, mas acabou não conseguindo os resultados esperados.

Que o raio caia no mesmo lugar pela segunda vez e, assim, o clube e sua imensa torcida saiam da agonia do fundo da tabela.

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

Um comentário:

  1. Último jogo do Paulo Bento: derrota por dois a um do Cruzeiro para o Sport, ambos lutando contra o rebaixamento. O Cruzeiro criou muito e perdeu muitos gols, principalmente com o Willian. Primeiro jogo do Cruzeiro nesta volta do Mano, derrota para o Santos: dois a zero. Cruzeiro cria muito e perde muitos gols o Willian mais uma vez sendo protagonista das perdas. Moral da historia, o problema esta no elenco e não nos técnicos.

    ResponderExcluir