O que esperar do Atlético sem Fred?

Alisson Millo*

Clubismo à parte, Fred é, hoje, o melhor atacante em atividade no Brasil. Prova disso são os números nesse início de temporada: 12 gols e duas assistências em 12 jogos. Quando o camisa 9 não esteve em campo, o Atlético quase sempre ficou devendo. Dois reveses em clássicos com o Cruzeiro - no mais recente, foi expulso aos 25 minutos -, empate contra a Chapecoense e derrota para a Caldense. Artilheiro do Campeonato Mineiro e herói na estreia na Libertadores, Fred será desfalque nos próximos três jogos do estadual. E o Galo perde muito.


A princípio, o goleador não atuará nas semifinais contra a URT e, caso o Atlético avance, no primeiro jogo da final. A expulsão foi acertada, diga-se, e a suspensão por quatro jogos parece justa. Independentemente disso, a URT será um adversário difícil de ser desbancado: já endureceu para América e Cruzeiro, além de ter vendido caro a derrota na primeira fase. Uma eliminação, no entanto, seria catastrófica pelo investimento feito. Quanto à Libertadores, o time entra em campo nesta quinta-feira e Fred é presença certa para nos conduzir às oitavas de final.

Fred: desfalque no Campeonato Mineiro
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Sem questionar a qualidade do elenco, um atacante com média de um gol por partida - a melhor entre todos os que disputarão a Série A - faz falta a qualquer equipe. A opção mais óbvia para o estadual é a entrada de Rafael Moura: esquema mantido, matador por matador, He-Man tem mostrado poder de finalização, muita disposição e precisado de poucos minutos em campo para fazer a diferença. Aliás, jogar no clube do coração é um incentivo extra que o camisa 13 tem aproveitado.

De Marlone a Luan: mais opções

Caso opte por modificar a estrutura tática, Roger Machado tem à disposição peças como Marlone - que indicou ao Atlético no fim de 2016 e, aos poucos, deve testar - e Danilo. O ex-americano pode atuar aberto pela esquerda, por exemplo, permitindo que Robinho se aproxime mais da área para finalizar as jogadas. Com esse esquema, o alvinegro ganharia mobilidade sem perder o faro de gol. Basta se lembrar da temporada passada, quando o camisa 7 foi o artilheiro do Brasil jogando próximo à área. 

Luan voltou a campo em grande estilo
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Por falar em mobilidade, Luan vem pedindo passagem. Ídolo da torcida atleticana, o 'Menino Maluquinho' melhorou a postura do time no clássico, substituindo Cazares. Daqui para frente, deve ser uma opção para dar mais intensidade ao Galo e, por que não, minimizar a dependência de Fred, ainda visível nas partidas. A tarefa de Roger Machado é encaixar novas peças sem deixar cair o desempenho. Os grandes testes começam agora.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

Um comentário:

  1. A pergunta certa seria: O que esperar desse GALO sem vontade, sem pegada e sem esquema de jogo?

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