As perguntas sem respostas no Atlético

Alisson Millo*

Áudio de discurso do ex-presidente Alexandre Kalil, promoção e retorno à base de dirigente em questão de dois meses, polêmicas relacionadas à construção ou não do estádio. A meu ver, o ambiente fora de campo no Atlético é um reflexo das más atuações do time - vitória diante da Ponte Preta, nesse domingo, à parte. Ou, em outro prisma, podemos refletir se a turbulência nos bastidores não influencia a equipe, que chegará a setembro sem um padrão definido e aprovado.


Comecemos pelo caso André Figueiredo. Promovido a superintendente de futebol profissional após a morte de Eduardo Maluf, Figueiredo dividia opiniões entre os torcedores. Protestos nas redes sociais, faixas na Arena Independência e na Arena do Jacaré, além das declarações do meia-atacante Bernard, via Twitter, na última quarta-feira. Curiosamente, na quinta-feira, semanas depois de bancá-lo como homem de confiança, Daniel Nepomuceno optou pelo retorno do dirigente às categorias de base do clube alvinegro. Sendo assim, se tornou um 'ex-ex-diretor'.

André ao lado de Nepomuceno e Micale
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Questionamentos também ao presidente, especialmente pelo planejamento para a temporada. Entusiasta do estilo 'Galo Doido', Nepomuceno contratou Roger Machado, famoso por buscar um jogo de toque de bola, muita posse, mais tático do que ofensivo. No início do ano, Rafael Carioca era praticamente o único volante do elenco e, por isso, uma boa proposta foi recusada. Agora, o camisa 5 não é mais jogador do Atlético: foi vendido mesmo sendo um dos nomes que mais vinha crescendo. Ou seja, temos volantes até demais, mas nenhum com a mesma qualidade técnica.

Idas e vindas no planejamento

Ainda sobre o planejamento, alguns atletas não mostraram a que vieram ou nem tempo tiveram e deram lugar aos antes emprestáveis. Danilo Barcelos chegou, virou titular e já saiu. Alex Silva, que estava fora dos planos, voltou às pressas pela falta de laterais. Clayton foi para o Corinthians em troca de Marlone, não jogou e está de volta. Pedido do já demitido Roger Machado, Marlone segue aqui, mas não joga. Maicosuel voltou como solução e já não joga mais no Galo. Hoje, a opção de velocidade é Pablo, o mesmo que até outro dia estava no Japão e não tinha espaço no Atlético.

Atlético teve ano de mudanças no elenco
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

No início do ano, todas as fichas eram depositadas na Libertadores - e na Copa do Brasil. Fichas jogadas fora. Roger Machado foi demitido após o jogo de ida em ambas as competições, veio Rogério Micale, o time não teve um salto de qualidade, o tal do fato novo não deu em nada e o resultado foi duas eliminações nos principais objetivos. O presidente, inclusive, apontou a presença no torneio sul-americano como 'obrigação' e fez cara de poucos amigos. De nada adianta se, no dia a dia, não há evolução. Nepomuceno, por sinal, pode nem tentar a reeleição ao cargo.

Estamos a dois pontos do G6, mas a matemática neste momento é chegar aos 45. Depois, sim, sonhar. Pode parecer triste, mas é o que temos. Se o desempenho e os resultados fossem maiores do que o discurso, teríamos menos perguntas sem respostas e a realidade seria outra.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

3 comentários:

  1. Ao que parece falta planejamento. Então adotou-se o processo de tentativa e erro. Decepcionante para nós atleticanos.

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  2. AMIGO, AJUDE-NOS A ENCONTRAR AS RESPOSTAS. CONVIDE O PRESIDENTE PARA UMA ENTREVISTA E O QUESTIONE EM NOME DA TORCIDA ATLETICANA.

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  3. É uma pena, nós torcedores, sofrermos decepções com o time, por imcopetencia de uma diretoria amadora, porque não contrataram um diretor de futebol experiente, para começar o planejamento de 2018,este andre figueredo, da base, contrata esse micale, que nao conseguiu classificar a seleção sub 20 pro mundal, aí vão dizer, ganhou ouro na olimpiada, mas tbem com neymar e cia, quem nao ganha, tem que contratar um tecnico, e já, pra ontem, para junto com o diretor de futebol, começar do zero, a montar um elenc pra 2018

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