O espaço da dúvida e o silêncio no Maraca

Especial para o Toque Di Letra
Alex, o capitão do tetra

Falar do ano de 2003 é sempre muito agradável. Mas nem sempre é simples. Faltam palavras, faltam adjetivos, porque realmente aquilo que houve foi magia. Foi um ano mágico.

Chegamos ao Maracanã naquela final com uma confiança grande. Era a oportunidade de entrarmos para a história do clube.

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Lembro que o Vanderlei disse que não mudaria nossa estratégia. Marcaríamos a saída de bola desde o Deivid e, quando tivéssemos a bola, tentaríamos tê-la ao máximo em nossos pés e tentaríamos usar o costado do Athirson, que apoiava muito.

A ideia era ter superioridade por aquele lado, com as subidas do Mauro formando um triângulo comigo e Ari ou Deivid por ali. E quando possível trocaríamos os três. Nessa partida, ganhamos a companhia do Marcinho, menino de muita movimentação e muito boa qualidade técnica.

Erramos apenas em uma coisa: esperávamos que o Flamengo fosse sair com tudo no início do jogo. Eles esperaram. E esperar aquele time facilitava demais as coisas a nosso favor.

'Aquilo que houve foi magia', exalta Alex
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

E assim foi o primeiro tempo. Nosso time controlando o jogo e oferecendo pouco ao Flamengo. Na segunda etapa, foi algo parecido até que, em uma subida do Athirson ao ataque, o Flamengo se posiciona mal. Nosso time se aproveita e, na troca imaginada por nós, acaba acontecendo o gol.

Deivid sai de dentro e ocupa as costas do Athirson, Aristizábal sai da esquerda e vem para a meia. Causa a dúvida na linha de defesa do Flamengo. Eles resolvem manter a linha, e Deivid e Ari fazem a jogada pelo lado direito. Nesse momento, já estou ocupando o espaço da dúvida causada pelo Ari. Deivid põe forte na área, chego e consigo fazer o gol.

O Maracanã, que estava um barulho enorme, naquele momento se silencia. E o Flamengo, que não se mostrava organizado, vai à base do abafa buscar o empate.

Nós fizemos algo que não era comum naquele time. Recuamos e protegemos o resultado. Vanderlei, à beira do campo, tentava nos trazer de volta às nossas características. Mas não conseguíamos. A ânsia pelo fim, a pseudo-proteção do resultado e o desespero flamenguista fizeram com que fôssemos castigados com o empate no último minuto.

Balde de água fria total. Nos bastidores, já começávamos a imaginar as dificuldades que teríamos dias depois. Perdemos, no Maracanã, Thiago e Edu por cartões amarelos. Não tínhamos Luisão por estar se recuperando de lesão. Seria apostar na improvisação de algum jogador do elenco ou buscar nos juniores a solução.

Mas esse é outro capítulo. A busca nos juniores funcionou e fomos campeões vencendo sem sustos o segundo jogo.

3 comentários:

  1. Alex vc é incomparável!melhor do mundo em 2003!Está no nível de Tostão e Dirceu Lopes!

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  2. Lembro-me desse dia como se fosse hoje. Alex! Para sempre o nosso ídolo!

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  3. Talento azul, mito, craque,ídolo e gênio!

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