Leonardo Bertozzi, Mário Marra e Mauro Beting descrevem,
em primeira pessoa, a trajetória atleticana na Libertadores

Vinícius Dias

Quartas de final da Libertadores. Aos 46 minutos do segundo tempo, Patrício Polic marca pênalti a favor do Tijuana. Um silêncio ensurdecedor toma o estádio do Horto por dois minutos, até que a bola toca o pé esquerdo do heroi Victor e se perde rumo à lateral. "Foi ali que o curso da história se inverteu e o torcedor se tomou por aquele sentimento de fé e confiança. Aquilo não podia ter sido em vão", fala o jornalista Leonardo Bertozzi, da ESPN Brasil.

LEIA MAIS: Quando faltaram as mãos...

Na companhia do também atleticano Mário Marra e do palmeirense Mauro Beting, ele narra a trajetória do inédito título sul-americano no livro Nós Acreditamos, da Editora BB. "A ideia não é analisar jogos, falar de bola rolando", observa. "São relatos em primeira pessoa, de como vivemos na arquibancada ou mesmo assistindo de longe", assegura Bertozzi ao Blog Toque Di Letra.

Galo: o dono da América em 2013
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

De acordo com o jornalista, o convite para escrever o livro surgiu após a classificação do clube para a decisão da Libertadores. "O Mauro (Beting) tinha feito crônicas de todos os jogos para o blog dele, e sabia que nós (Bertozzi e Mário Marra) tínhamos ido a vários dos jogos. Daí surgiu essa ideia de unir os textos que ele já tinha aos nossos 'diários de viagem' da campanha", conta Leonardo.

Victor: um heroi de capa
(Créditos: Divulgação/Editora BB)
No título da obra, os autores fazem uma homenagem à confiança dos torcedores do alvinegro. "O Atlético jogou um futebol de primeiro nível até as oitavas de finais", afirma Bertozzi. Daí adiante, a trajetória ganhou tom de batalha. E no fim, de alegria.

Com o torcedor...

Lá esteve ele, mais uma vez. Com a força de sempre. E a confiança de nunca. "O torcedor atleticano, tão habituado a chegar perto e sair frustrado, desta vez parecia tomado por um sentimento de confiança absoluta na conquista", diz Bertozzi.

Para o jornalista mineiro, a comemoração foi em família, e, por isso, teve sabor especial. A emoção valeu também como fonte de inspiração para a narrativa. "Uma paixão dividida com um filho tem o dobro da importância. De certa maneira, nos sentimos responsáveis por transmitir a eles esse sentimento", fala. "A conquista foi ainda mais especial por ter a Laura do meu lado no momento decisivo", conta Leonardo Bertozzi, citando a filha Laura.

Lançamento em BH

O lançamento oficial do livro vai acontecer no próximo sábado, dia 05 de outubro, na Loja do Galo, em Lourdes, de meio-dia às 18h. A tarde deve contar com presenças ilustres, como a do ex-camisa 9 Reinaldo e do treinador Cuca. Com cerca de 250 páginas, Nós Acreditamos chegará às livrarias por R$ 54,90.

Tudo azul no Brasileiro

Douglas Zimmer

O Cruzeiro vai ao Rio Grande do Sul para enfrentar o Inter, em Novo Hamburgo. O jogo será no famigerado Estádio do Vale, que pertence ao Esporte Clube Novo Hamburgo, mas está sendo alugado ao colorado enquanto a reforma do Beira-Rio não é concluída. A direção do clube gaúcho já informou que o próximo jogo da equipe será em Caxias do Sul, exatamente pela falta de adaptação no estádio do Nóia.

Para se ter uma ideia, foram oito jogos no estádio de Novo Hamburgo e apenas duas vitórias, quatro empates e duas derrotas. Aproveitamento muito aquém do elenco que está à disposição do técnico Dunga. Hora de aproveitar a má fase dos gaúchos e mostrar que dá, sim, para jogar bola no gramado que já virou vilão pelas bandas dos pampas.

No turno, empate por 2 a 2 em MG
(Créditos: Juliana Flister/Vipcomm)

Além da má fase enfrentada pelos colorados, a equipe vai paro jogo contra o líder do campeonato desfalcada de seu jogador mais lúcido e um dos poucos poupados pelo torcedor. D'Alessandro recebeu o terceiro cartão amarelo na derrota frente à Portuguesa, e fica de fora. Airton também estourou o limite de cartões e faz companhia ao argentino. Índio, por sua vez, foi expulso na última rodada e completa o time de suspensos do Internacional.

Pressão da torcida

Mesmo com um grande elenco, Dunga deve ter dificuldades para manter o nível técnico da equipe, já que outros jogadores, como Leandro Damião, não atravessam uma fase brilhante e têm sido alvos constantes de críticas da imprensa e da torcida, que já está receosa quanto ao futuro da equipe no campeonato. Com muitas oportunidades desperdiçadas e o G4 ficando cada vez mais incerto, o Inter entra muito pressionado por um bom resultado e uma boa atuação.

Dagoberto: de volta ao time titular
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

O Cruzeiro, líder e dono de outro elenco fortíssimo, viaja sem Ricardo Goulart e Lucas Silva, suspensos pelo excesso de cartões, e Júlio Batista que sentiu uma lesão na panturrilha e deve desfalcar o time por algumas rodadas. Apesar das baixas, Marcelo Oliveira já tratou de aparar as arestas e trabalhar com os substitutos entrando sem mudar muito o esquema de jogo. Henrique entra no lugar de Lucas e Dagoberto assume a vaga de Goulart.

Atenção, Cruzeiro!

Mesmo com todo o cenário favorável aos mineiros, parcimônia e olho aberto não farão mal algum. O Inter precisa do resultado para provar para seus adeptos que pode buscar algo mais na competição e a tendência é que seja um jogo muito disputado, tanto física como psicologicamente. Cabe ao Cruzeiro saber se desvencilhar desses problemas e jogar tudo o que sabe para dar mais um passo importantíssimo rumo ao título.

É preciso manter o foco e buscar as vitórias sempre que a sorte e a competência nos forem alçadas. Com o tropeço do Botafogo diante da Ponte Preta, três pontos agora trariam tranquilidade para a sequência do trabalho.

Força, Cruzeiro!

Vencer, o nosso ideal!

Ricardo Diniz

Com um retrospecto de quatro vitórias, sete empates e cinco derrotas - 39,5% de aproveitamento - depois da conquista da Copa Libertadores, o Atlético entra em campo buscando melhorar o desempenho na Série A e, assim, chegar com moral ao Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro, no Marrocos.

Neste domingo, a missão alvinegra será vencer a equipe do Santos, que também faz campanha de altos e baixos. Isso faz com que o jogo ganhe em emoção, uma vez que a vitória é fundamental para ambos. Na última quarta-feira, Santos e Atlético ficaram no empate por 1 a 1, em duelos ante Náutico e Criciúma, respectivamente. Hoje, a ordem é vencer para deslanchar na Série A.

Galo: de novo, forte e vingador?
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Se deve sobrar emoção na Arena Independência, o torcedor deve sentir falta de belos lances, golaços. Em 2012, os embates entre os alvinegros mineiro e paulista colocavam frente a frente atletas com passagens pela seleção, como Victor e Ronaldinho Gaúcho, que serão desfalques do lado atleticano, além dos jovens Bernard e Neymar e do camisa 1 Rafael, que hoje atuam na Europa.

No turno, derrota

No confronto do primeiro turno, o clube do litoral paulista venceu o Galo, por 1 a 0, na última rodada antes da pausa no torneio para a disputa da Copa das Confederações. Porém, na ocasião o Atlético ainda usava um time misto, por conta da Copa Libertadores. Na classificação apenas um ponto e duas posições separam os adversários. O Galo tem 32 pontos e ocupa a oitava colocação, enquanto o Peixe, com 33 pontos, figura em sexto lugar.

Jogando por música

André Castro

A criatividade e o futebol caminham lado a lado. Seja pelos dribles, pelas comemorações de títulos e gols ou até nos penteados dos atletas. Mas, sem dúvidas, a maior parte das idéias, e talvez as mais criativas, vem das arquibancadas.

O torcedor sempre apoia o seu time com cantos, sejam originais como o "Guerreiro dos gramados", sucesso entre a torcida azul celeste, ou "Vou festejar", samba de Beth Carvalho, que foi adotado pela massa do Galo. Entretanto, o que mais chama a atenção são as canções de artistas de sucesso, que ganham versões em todos os cantos e estádios do Brasil e também mundo afora.

Em BH, Galo vai do samba ao rock
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Em Minas Gerais, a banda Galo Rock Band usa canções conhecidas para enaltecer o sentimento atleticano. Um exemplo disso é "Mas que nada", música de Sérgio Mendes, que, na versão da banda, se transformou em "Galo é meu Amor". No Internacional, a torcida faz ecoar nos estádios o canto "Camisa Vermelha", uma homenagem colorada a "Brasília Amarela", dos Mamonas Assassinas.

Show... do show!

A torcida do Vasco é um show à parte. A criatividade é tamanha que vai de Los Hermanos a Lady Gaga. Diversão até para quem não é fanático pela equipe cruzmaltina. Até a 'Rainha dos Baixinhos' tem espaço no futebol. Torcidas do Boca Juniors, da Argentina, e do Olimpia, do Paraguai, usam versos de Ilariê para contagiar seus clubes. "Es la hora, es la hora, es la hora de ganar...".

Do lado estrelado, ritmo original
(Créditos: Juliana Flister/Vipcomm)

Seja dentro ou fora das quatro linhas, a criatividade faz parte do futebol. Traz alegria para todos os gostos e clubes, como deve ser. E se você é cruzeirense, não vai pedir "uma cerveja, por favor"? Conhece mais algum bom exemplo?

Com sabor de liderança

Douglas Zimmer

A ansiedade e a adrenalina pelo duelo envolvendo Cruzeiro e Botafogo podiam ser vistas em cada olhar e percebidas em cada grito que ecoava das mais de 40 mil vozes que cantaram durante os 90 minutos no Mineirão. Boa parte dessa ansiedade se devia ao fato de que, durante todos os dias que antecederam a partida, muitos números e muitas estatísticas foram levantadas e apresentadas ao torcedor, como se fossem parâmetros para nortear os jogadores durante o confronto.

Era comparação entre elencos aqui, histórico de jogos como mandante lá, análise de tática preferida por treinador acolá, enfim, um vasto material, cheio de palavras e números que, no fim das contas, ficariam de fora do campo e só serviam para ilustrar hipóteses e histórias. Ontem, durante o jogo, mais um pedaço dessa história foi escrito.

Nilton marcou o primeiro gol celeste
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

Desde o começo da partida, o Cruzeiro tratou de mostrar alguns dos motivos pelos quais está onde está. Com muita velocidade, marcação sob pressão e a já tradicional segurança defensiva, era a equipe celeste quem criava as melhores oportunidades. Por duas vezes a bola foi cruzada rasteira, passou na frente do gol de Jefferson e não encontrou um pé que a empurrasse para o barbante. Ora Borges, ora Willian, outrora Ricardo Goulart. O Botafogo se defendia como podia e tentava a todo custo encontrar Seedorf, que, como de costume, buscaria alguma saída criativa.

Raposa abre o placar

O primeiro tempo foi muito disputado, e quando parecia que iríamos para o intervalo com o placar intacto, eis que em escanteio do lado direito de ataque, o grito de gol preso na garganta foi devidamente libertado. De novo Nilton, agora com um golpe de letra/tornozelo/tendão de Aquiles, mandou para o fundo do gol dos cariocas e abriu o placar. Jogadores vibrando, torcedores em êxtase.

Jogo foi equilibrado na etapa inicial
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

O Cruzeiro voltou para o segundo tempo sem alterações e prometendo manter o ritmo. O alvinegro carioca, que precisava buscar o resultado, passou a se aventurar mais no ataque e a explorar com mais ímpeto seus meias de criação. O holandês Seedorf e o argentino Lodeiro participavam de praticamente todas as jogadas de ataque e, aos poucos, o Botafogo passou a tomar conta do jogo. O Cruzeiro buscava o contra-ataque e encontrava dificuldades para manter a bola, já que Borges atuava isolado e sem esboçar reação entre a zaga adversária

Pênalti... e festa azul!

Dos pés de Seedorf saiu um passe preciso que encontrou o esforçado Rafael Marques dentro da área. O atacante dominou e foi atingido por Bruno Rodrigo, na sola do pé direito. Estava marcada penalidade máxima para o visitante. Tensão absoluta e total. Fábio esperou a batida e se atirou para o canto errado. Mesmo assim, do outro lado da meta, teve ângulo para assistir a bola passar rente à trave oposta e se perder rumo à linha de fundo. Placar mantido, grito reforçado!

Daí para frente, era notório que o Botafogo havia sentido o golpe e já não tinha mais o mesmo fôlego para tentar buscar o resultado. Oswaldo de Oliveira mexeu na equipe e tratou de torná-la mais ofensiva com as entradas de Hyuri e Alex. Jogadores prontamente anulados pelo sistema defensivo celeste. 

Torcida festejou vitória e liderança
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

Do lado celeste, Júlio Baptista, o herdeiro da camisa 10, foi lançado ao jogo e mostrou um pouco daquilo que a torcida espera dele. Força física, explosão e capacidade de conclusão. Em pênalti sofrido por Éverton Ribeiro, ele ampliou o placar em cobrança quase defendida pelo arqueiro carioca. Com o Botafogo já abatido e sem poder de reação, o Cruzeiro se limitou a manter o ritmo e tentar jogadas mais agudas, explorando sempre a velocidade e o toque rápido. Depois de uma bola recuperada no meio-campo, bela trama no ataque entre Júlio Batista e Dagoberto. O camisa 10 recebeu, limpou o defensor e fechou o placar.

Três gols, três pontos

Três gols. Três pontos. Milhares de vozes cantando de maneira uníssona que o Cruzeiro está, sim, aqui para buscar o título. Sabemos que ninguém ganhou e que ninguém perdeu nada ainda. Comemoramos os três pontos, que, apesar de valerem tanto quanto outros três pontos conquistados até aqui, trazem consigo uma carga emocional e motivacional diferente.

A caminho do título

Alexandre Oliveira

Tratado pela mídia como uma 'final antecipada', o duelo entre Cruzeiro e Botafogo, no Mineirão, logo mais às 21h50, reserva várias emoções para ambas as torcidas. De um lado um time invicto há sete jogos, e que tem como objetivo conquistar o título do Brasileirão na temporada. Do outro, uma equipe que tenta dar sequência ao ótimo primeiro semestre, e que, comandada pelo holandês Seedorf, pretende continuar a perseguição ao líder Cruzeiro.

A expectativa em torno da partida desta quarta-feira é enorme. Mais de 40 mil cruzeirenses já garantiram seus ingressos - e prometem fazer uma grande festa no Gigante da Pampulha. A bela campanha do clube celeste na Série A nacional animou os torcedores, que agora devem incentivar a equipe frente ao Botafogo, que já comprovou ser bastante perigoso neste campeonato.

Torcida celeste vai lotar o Mineirão
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

Para o duelo, o técnico Marcelo Oliveira terá o retorno de um importante reforço no banco de reservas. O onze Dagoberto, que estava cumprindo suspensão, volta à lista de relacionados. O time inicial deve ser o mesmo que o comandante celeste escalou no último sábado. Segue a dúvida em relação à lateral-direita. Revezando com Mayke, Ceará deve ser o titular neste jogo.

Adversário de 'peso'

O Botafogo, dono do segundo melhor ataque do campeonato, ao lado de Atlético/PR e Internacional, vem com o objetivo de "arrancar" pontos do Cruzeiro nesta noite. Logicamente, a equipe de Oswaldo de Oliveira tem futebol para buscar os três pontos, mas o empate também parece ótimo para os visitantes. Nesta noite, a equipe terá os principais responsáveis pela boa fase em campo.

Júlio Baptista é 'arma' cruzeirense
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

Com passes de Seedorf e Lodeiro, e os gols de Rafael Marques e Elias, o vice-líder do Brasileirão tem se dado bem, mesmo fora de casa. O jovem Hyuri, que tem sido bastante utilizado em campo por Oswaldo, também é uma arma do Botafogo. Apesar dos 21 anos, o habilidoso meia-atacante tem a calma e a precisão de um veterano para marcar - e já provou isso neste Brasileirão.

Independente do resultado final, a certeza é de que teremos um grande espetáculo no Mineirão, partida digna de ficar guardada na memória dos cruzeirenses e botafoguenses. Agora, só resta saber quem ficará com as boas e as más lembranças.

Ao som do hino alvinegro

Gilvan Meireles

2013 foi um ano marcado pelos confrontos entre Atlético e São Paulo, e mesmo que o Galo perca hoje, o retrospecto vai continuar favorável. Em cinco duelos, somamos três vitórias, um empate e somente uma derrota. Jogamos como gigantes. Eliminamos o tricolor na Copa Libertadores - em grande estilo. A vitória no Horto, por 4 a 1, ainda incomoda o torcedor são-paulino.

Hoje, no Morumbi, a situação será um pouco diferente. O São Paulo, que vinha muito mal no Brasileirão, parece ter ganhado novo ânimo nas duas últimas partidas. Com Muricy, que é ídolo do clube, o tricolor soma duas vitórias seguidas, um feito até então inédito para o clube paulista nesta edição da Série A. O Atlético, que vem embalado, deve jogar com muita inteligência.

De novo, Galo enfrenta o tricolor
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Diante do Grêmio, em Porto Alegre, a equipe soube jogar. Administrou na defesa e teve sorte e competência para neutralizar os ataques do time gaúcho. Quando foi à frente, bastou Diego Tardelli colocar um pouco de qualidade no passe em um jogo chuvoso. E caixa... Gol do Fernandinho! Hoje, no embate com o São Paulo, o Atlético terá que repetir a dose de inteligência.

Como diz o hino...

Longe daquele cenário místico que envolve a Copa Libertadores, o duelo desta quarta, pelo Brasileiro, promete. O Atlético já demonstrou que tem condições de vencer na capital paulista. O São Paulo mostrou sua força em um 2 a 0 que congelou o Galo. Hoje, o 16º encara o 10º. Que o Galo possa, novamente, carimbar o "vencer, vencer, vencer", que já está em nosso glorioso hino!


Com terceira melhor média de público, Cruzeiro continua
invicto em casa; torcedor transforma apoio em espetáculo

Vinícius Dias

"Essa torcida move o time", dizia o slogan de uma campanha iniciada em 2007 pelo Departamento de Marketing da Raposa. Depois de seis anos, o sucesso do clube celeste no Campeonato Brasileiro volta a fazer jus aos dizeres. Na liderança, com sete pontos de vantagem diante do vice-líder Botafogo, e dono do ataque mais positivo, o clube tem a terceira melhor média de público.

Depois de atuar no Independência, Arena do Jacaré e, agora, se fixar no Mineirão, o Cruzeiro tem uma média de 22.189 torcedores por confronto. Índice inferior apenas aos registrados por Corinthians e Flamengo. Neste sábado não foi diferente.

Antes do jogo, torcida recebe ônibus
(Créditos: Arquivo Pessoal/Vinícius Freitas)

Antes mesmo de o duelo iniciar, os torcedores celestes se reuniram para apoiar o time na chegada ao estádio. "A atração principal era o Cruzeiro, mas desde a chegada da delegação celeste, do apito inicial até o fim da partida, o show foi da torcida celeste. Fez festa, com sinalizadores, para receber o ônibus azul, cantou incessantemente, se fez presente", disse o torcedor Vinícius de Freitas.

No fim, vitória azul

Após apoiarem durante 90 minutos, os cerca de 30.000 cruzeirenses que foram ao Gigante da Pampulha festejaram a vitória ante o Atlético/PR, a sétima consecutiva no Campeonato Brasileiro. "Mesmo após o apito final, cantou o hino, parabenizou jogadores e retornou para casa com o dever cumprido", pontuou Vinícius.

Raposa continua invicta no Mineirão
(Créditos: Arquivo Pessoal/Vinícius Freitas)

A ação da torcida ainda foi exaltada por Bruno Vicintin, superintendente das divisões de base do clube, que classificou o momento como um dos dois mais marcantes deste ano. "Pouco antes de o ônibus chegar, passei com meu carro para entrar no hall principal. Inacreditável a recepção da torcida ao time", postou no Twitter.

Decisão na quarta

Na caminhada em busca do terceiro título brasileiro, o Cruzeiro encara o Botafogo, nesta quarta-feira, às 21h50, no Mineirão. O jogo é valido pela 22ª rodada da Série A.

Jô: é do Galo, é do Brasil!

Alisson Millo

A carreira de João Alves de Assis Silva, mais conhecido por Jô, prometia. Jogador mais jovem a vestir a camisa do Corinthians, ele deixou a equipe paulista, com apenas 18 anos, para atuar no futebol russo. De lá, seguiu para times de maior destaque, como o Manchester City e o Galatasaray. Sem sucesso, voltou ao Brasil, em 2011, vestindo a camisa do Inter. Por lá, muitos problemas. O desacreditado Jô, dono da camisa 32, veio parar no Atlético.

Mesmo com a insegurança do torcedor alvinegro, foi marcando gols e se firmando. Chegou a seu auge na histórica partida contra o Fluminense, àquela época, concorrente direto ao título, quando marcou dois gols. A vitória por 3 a 2 deu esperança à torcida, mas Jô não voltou a ter outra atuação brilhante.

Bem no Galo, melhor na Seleção
(Créditos: Bruno Spada/Vipcomm)

Veio 2013 e chegou Alecsandro para, no mínimo, fazer sombra ao novo camisa 7. A disputa deu resultado. Jô vem tendo um ano que beira a perfeição. Campeão Mineiro, campeão (e artilheiro) da Taça Libertadores, com sete gols, e a tão sonhada convocação para a seleção nacional. Na Copa das Confederações, três jogos, dois gols e a confiança do técnico Luiz Felipe Scolari.

Chance na seleção!

Jô foi convocado para a vaga de Leandro Damião, cortado por contusão. Ele aproveitou bem as chances e agora, com a lesão de Fred, assumiu a camisa 9. Mesmo com o retorno de Fred, a presença do alvinegro na Copa em 2014 parece certa. No Galo, ele é peça-chave no esquema de Cuca. Seja como referência no ataque, pivô e, às vezes, como ponta ou armador.

Jô: sucesso e gols no Atlético/MG
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Nesta semana, ele atingiu uma marca impressionante. Seis gols, em três jogos, no intervalo de apenas seis dias. Três pela seleção, dois frente à Austrália e um diante de Portugal, e um hat-trick contra o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro - seus três primeiros no torneio. Se ele mantiver a média, a recuperação alvinegra na Série A e o título Mundial são sonhos possíveis.

A promissora trajetória viveu uma ascensão "meteórica", seguida por um período de queda e, agora, o ápice da carreira em Minas. Jô é do Galo! E do Brasil!!!

Passaporte carimbado

Tiago de Melo

A 16ª rodada das Eliminatórias sul-americanas trouxe algumas decisões importantes, encaminhando o resultado final da competição. Salvo uma grande surpresa, as seleções que estarão no Brasil já são conhecidas.

Na primeira partida da terça-feira, Bolívia e Equador ficaram em empate por 1 a 1. Já eliminada, a seleção da casa abriu o placar, mas sofreu o empate em um pênalti duvidoso. O gol de empate impediu a classificação antecipada da Colômbia, mas o placar foi mais duro para os equatorianos, que estavam perto da classificação e, agora, correm o risco de disputar a repescagem.

Celeste ainda sonha voltar ao Brasil
(Créditos: Wander Roberto/Vipcomm)

A segunda partida era a mais esperada da noite. No Centenário, o Uruguai precisava desesperadamente da vitória para conseguir a classificação direta, enquanto a Colômbia se garantiria no Brasil com um empate. A partida foi duríssima e equilibrada, mas, empurrada pelos gritos da torcida, a Celeste marcou dois gols nos últimos 15 minutos de jogo, venceu por 2 a 0, e segue mais viva do que nunca na briga.

No Peru, fim do sonho!

Venezuela e Peru fizeram um jogo equilibrado, com a equipe da casa vencendo por 3 a 2. Na verdade as duas equipes foram as grandes derrotadas na rodada. Os peruanos viram o fim de qualquer sonho de classificação, enquanto a Venezuela ficou em situação delicadíssima, e está praticamente fora do Mundial.

No fim da noite, a Argentina simplesmente ignorou o Paraguai e, com grande atuação, aplicou um 5 a 2 no rival em pleno Defensores Del Chaco. A albiceleste garantiu matematicamente a vaga no Mundial, enquanto o time paraguaio segue na lanterna.

Argentina a caminho

A situação ficou muito perto da definição. A Argentina já está no Brasil, e a classificação da Colômbia é uma mera questão matemática. Peru, Bolívia e Paraguai estão fora. Restam duas vagas diretas e uma na repescagem. Chile, com 24 pontos, e Uruguai e Equador, ambos com 22, devem ocupar essas vagas. Falta apenas definir quem virá direto para o Brasil e quem terá de enfrentar uma repescagem contra a Jordânia para carimbar a vaga para 2014.

A missão impossível...

Quem ainda tem chances matemáticas é a Venezuela, porém sua classificação para a repescagem é quase impossível. Os vinotintos só jogam mais uma vez, contra os paraguaios, e estão três pontos atrás de Uruguai e Equador. Seria necessário vencer essa partida e contar com duas derrotas de um dos dois, além de tirar uma boa diferença de saldo de gols - seis para o Uruguai, dez para o Equador. 

Vai começar... de novo!

Douglas Zimmer

Começa hoje para o Cruzeiro o returno do Campeonato Brasileiro. Uma linha imaginária que divide as duas metades da competição onde, até aqui, a Raposa supera a expectativa da maioria das pessoas e lidera com quatro pontos de vantagem para o segundo colocado. Mas, como essa linha é única e exclusivamente adotada para se ter uma noção do desempenho das equipes, o fato de estarmos liderando não pode ser utilizado para nos acomodarmos.

LEIA MAIS: 1º turno à luz celeste...

Sim. Todo mundo já sabe que, em torneios de pontos corridos, todo jogo tem a mesma importância e que cada partida deve ser encarada como final. O Cruzeiro começa a repetir os adversários, conhecendo os pontos fortes e fracos destas equipes e, tão ou mais importante, seus próprios defeitos e virtudes. No início do campeonato, quando goleamos o Goiás, tivemos uma impressão negativa do esmeraldino. Uma impressão que aos poucos foi se desfazendo.

Na estreia, Raposa goleou o Goiás
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

Na época em que a disputa começou, o Cruzeiro ainda era um time que era observado com desconfiança por praticamente todos, inclusive a própria torcida. Não que hoje não existam mais preocupações ou pontos a serem melhorados. Mas acontece que a evolução tática, física e psicológica da equipe vem num ritmo tão acelerado que habitar a ponta da tabela já se tornou natural e mais do que esperado pelos cruzeirenses.

Mais... e melhor!

Mais uma vez, o elenco à disposição de Marcelo Oliveira pode e deve fazer a diferença na maratona de jogos. Poupar jogadores que ainda não estão 100% fisicamente, como Henrique e Júlio Batista, não deve ser problema, já que o comandante pode mandar a campo outras peças, sem perder a qualidade, como Lucas Silva e Ricardo Goulart. Tirando os contratempos, Oliveira terá a chance de repetir boa parte da equipe mais uma vez. A dupla de zaga, por exemplo, formada por Bruno Rodrigo e Dedé vai entrar em campo pela 19ª vez em 20 jogos.

Dedé, mais uma vez, será titular
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

O Goiás, por sua vez, não deve ter o zagueiro Ernando e o volante Amaral e ainda espera pela definição da presença ou não do destaque da equipe, o atacante Walter. Aliás, o camisa 18 é, sem sombra de dúvidas, um dos destaques do primeiro turno deste Brasileiro. Com ótima pontaria e muita disposição, o atacante do alviverde é, sim, motivo de preocupação para a defesa adversária.

Desta vez, jogando no Serra Dourada, a promessa é de uma partida com muita velocidade e oportunidades para ambas as equipes. Se a postura defensiva continuar a mesma e as jogadas entre Willian e Éverton Ribeiro mantiverem a efetividade que estamos acostumados a ver, a Raposa tem grandes chances de sair de Goiânia com os três pontos.

Força, Cruzeiro!

Brilha a estrela solitária

Lucas Borges

A cada rodada, a superação de um grande desafio. Talvez seja a melhor definição do primeiro turno do Botafogo neste Brasileiro. Uma mistura da experiência de Jefferson, Bolívar e Seedorf com a juventude de Gabriel, Dória, Gilberto e até do recém-saído Vitinho é a fórmula de sucesso. Que levou o alvinegro à sua melhor campanha no primeiro turno da competição na era dos pontos corridos.

As adversidades como a perda do Engenhão, salários atrasados e a saída de atletas importantes para o clube, como Fellype Gabriel, Andrezinho e Vitinho, têm sido sempre superados por Oswaldo de Oliveira. A boa safra de jovens vem sendo uma das armas do técnico. Outra arma de Oswaldo vem sendo Rafael Marques. Antes criticado, e hoje aplaudido, é goleador do time, com oito gols.

Seedorf e Hyuri: união de gerações
(Créditos: Satiro Sodré/SSPress/Botafogo)

Por último, a liderança do holandês Seedorf foi o pilar emocional do clube nessa primeira fase do campeonato. O craque representa um pai para as jóias de Marechal Hermes, e tem dado bastantes conselhos. De tática e posicionamento à conduta diante da imprensa. A liderança de Seedorf é, também, um ponto de apoio para Oswaldo, posicionando-se como porta-voz em campo.

Torcedor de alma lavada

Os botafoguenses só têm a comemorar. O primeiro turno representou uma lavada na alma pessimista do torcedor. A briga pelo Campeonato é possível, mas o maior adversário, o Cruzeiro, vem mostrando a sua força com um elenco compacto e sólido. E portanto, só o tempo dirá quem vai levar este título!

1º turno à luz celeste

Vinícius Dias

Na liderança do Campeonato Brasileiro. Com o melhor ataque e a terceira melhor defesa, e mais de 70% de aproveitamento na competição. A boa fase do Cruzeiro fez com que o clube celeste dominasse a seleção Blog Toque Di Letra do primeiro turno do torneio nacional. Foram cinco jogadores, além do técnico Marcelo Oliveira. Quem também se destacou foi o vice-líder Botafogo: dois no time ideal, além de Vitinho, a revelação. O craque foi Alex, do Coritiba.

O time, formado a partir dos votos dos nove colaboradores, ainda teve a participação dos leitores, convidados para dois desempates, por meio das redes sociais. No time, apenas três unanimidades: Nilton (Cruzeiro), Alex (Coritiba) e Walter (Goiás).

Nilton foi unanimidade na votação
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

No gol, a segurança de Jefferson, que teve sete votos. Os laterais são o garoto cruzeirense Mayke, com sete indicações, e Egídio, que superou a desconfiança inicial, se firmou no time titular, e teve quatro votos. Seus companheiros de zaga no esquema 4-1-3-2 são o corintiano Gil, líder da melhor defesa do turno, com cinco votos; e Bruno Rodrigo, do Cruzeiro - que teve seis indicações.

Um protege... três criam!

No meio-campo, uma formação arrojada. Somente um volante, o celeste Nilton, protege a zaga. Enquanto três meias ofensivos e criativos armam as jogadas. Ao centro, o cerebral Seedorf, do Botafogo, que teve cinco votos. A seu lado, e deslocando-se para a esquerda, Alex, do Coritiba. Pela direita, o estrelado Éverton Ribeiro, que, com seus lances plásticos, acumulou cinco votos.

Craque do Botafogo é o 'dono' da 10
(Créditos: Satiro Sodré/SSPress/Botafogo)

No ataque, a soma de força e velocidade resulta em gols. O artilheiro do Campeonato, Éderson, que defende o Atlético/PR, teve quatro votos e é responsável pelos contra-ataques. Ao lado dele aparece o centroavante Walter, do Goiás. Juntos, eles anotaram 20 gols, e superam sete dos 20 clubes do Brasileiro.

A um passo da Copa

Tiago de Melo

A 15ª rodada das Eliminatórias sul-americanas trouxe novidades. Argentina e Colômbia estão praticamente classificadas para o Mundial no Brasil. O Chile chegou muito perto. Mas, o outro grande vencedor da rodada foi o Uruguai.

O primeiro jogo da noite teve um equilíbrio imprevisto. A Colômbia viveu seus piores momentos, e tinha dificuldades de furar a defesa equatoriana. Porém, aos 30 minutos, James Rodríguez marcou o gol da vitória. Os cafeteiros faziam uma partida ruim, mas acabaram vencendo pelo maior talento de seus jogadores. A equipe treinada por José Pékerman assumiu a liderança das Eliminatórias e tem um pé na Copa. Assim como a Argentina, que folgou na rodada.

Colômbia está a 'um passo' da Copa
(Créditos: Selección Colombia/Divulgação)

No jogo seguinte, o Chile venceu a Venezuela, por 3 a 0, e se aproximou bastante de uma vaga na Copa do Mundo. Vargas (atacante do Grêmio), Gonzalez (zagueiro do Flamengo) e Vidal fizeram os gols de 'la Roja', que praticamente assegurou sua participação no Mundial.

Uruguai vence...

No último jogo da noite, dois gols de Luis Suárez deram ao Uruguai a vitória frente ao Peru, em Lima. A equipe celeste segue na briga por uma vaga, ou ao menos luta para brigar na repescagem.