Goleiro, que chegou a se afastar dos gramados e a trabalhar como
motorista em 2016, sofreu apenas dois gols em últimos seis duelos

Vinícius Dias

Neste domingo, o estádio Zama Maciel, em Patos de Minas, receberá um dos capítulos mais importantes da história da URT: o duelo de ida contra o Globo/RN, pelas quartas de final da Série D. Além da vaga nas semifinais, a equipe que avançar no confronto garantirá presença na Série C de 2018. O mata-mata que pode coroar o projeto do Trovão Azul, atual bicampeão mineiro do interior, também tem significado especial para o goleiro Juninho. "É um dos momentos mais felizes da minha vida. Está sendo inexplicável tudo isso", destaca ao Blog Toque Di Letra.


O ex-camisa 1 de Atlético e Cruzeiro, que, devido a problemas pessoais, chegou a se afastar dos gramados e a trabalhar como motorista de Uber no segundo semestre de 2016, vive grande fase aos 36 anos. "Esse período longe do futebol foi muito sofrido, muito dolorido. Vendo os campeonatos, eu sabia que tinha condições de estar ali no meio, jogando. Lógico, por ter ficado parado, não tive tempo de me preparar 100% (fisicamente). Eu realmente nem esperava voltar mais, mas fiquei muito feliz com o convite da URT e, hoje, está dando tudo certo", comemora.

Juninho comemora título pelo Trovão
(Créditos: Arquivo Pessoal/Juninho Nogueira)

Palavras confirmadas pelos números: na primeira fase do estadual, o time patense teve a melhor defesa do interior; na Série D, Juninho foi vazado em apenas cinco dos dez jogos disputados. O goleiro, no entanto, faz questão de dividir os méritos. "Trabalhando em conjunto, tudo ficou legal. Minha defesa foi muito bem e me saí bem quando foi preciso", pondera, citando, um a um, os titulares do setor. "Uma zaga muito legal... Dick, (Diego) Borges, Rodolfo e Fabinho no Campeonato Mineiro. Hoje, Borges, Ferrinho (Rafael Ferro), (Victor) Salinas e Fabinho. Está no mesmo caminho".

Do skate ao papo durante jogo

A segurança na meta, associada à atenção no dia a dia, o transformou em ídolo da torcida da URT. "Em Patos de Minas, é todo mundo uma família. Tanto que nos jogos, enquanto a bola está rolando, estou conversando com o torcedor no alambrado. Essa proximidade é gostosa", assegura. Há pouco mais de oito meses na cidade, o ribeirão-pretano exalta a receptividade. "Vou trabalhar de skate, passo no meio deles. Antes, quando o pessoal via, assustava. Hoje, acham natural. O dia a dia com o torcedor, com o morador da cidade, é como se eu estivesse em casa".

URT: melhor defesa do interior mineiro
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

A 180 minutos do histórico acesso à Série C, Juninho se divide entre o sonho e as lembranças de um passado nem tão distante. "Eu fiquei parado, voltei a jogar, faço aniversário no mesmo dia do clube (09 de julho). Está tudo se encaixando, tudo dando certo. É como se tivéssemos sido feitos um para o outro, mais ou menos assim. Deus está me abençoando depois de tudo o que passei, que a minha família, a minha esposa passou. Espero que não acabe tão cedo". O sonho, no entanto, tem data e local para se transformar em realidade: dia 11 de agosto, em Ceará-Mirim.

Um comentário:

  1. O Juninho conquistou mais um torcedor para o URT, direto de Floripa. Essa cara com sua humildade cativa quem está ao seu redor! Desejo todo o sucesso pra ele!

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