Quarta-feira: dia de fazer história no Cruzeiro

Douglas Zimmer*

Quem de vocês quer fazer história hoje? Quem de vocês acha que tem o que é preciso para fazer história nesta quarta-feira? Quando eu digo fazer história, me refiro à possibilidade de se tornar página heroica e imortal em um dos clubes com uma das histórias mais ricas do futebol brasileiro! Eu sei que vocês querem e que vocês conseguem. E sabe quem mais pensa como eu neste momento? Pouca gente.


Pouca é modo de dizer. Nossa imensa torcida confia no Cruzeiro. Os outros já dão a disputa como encerrada. E não é só porque o resultado não foi favorável na última quarta-feira. Antes mesmo de a bola rolar, o que eu ouvia era que 'será muito interessante a overdose de Grêmio e Botafogo no mês que vem, se o Botafogo for à final, claro'. Sim, porque acreditam que isso só não acontecerá se os cariocas forem eliminados. Tive que escutar que, pela primeira vez na Copa do Brasil, um time teria o mando de campo do primeiro jogo da semifinal e, mesmo assim, decidiria a vaga em casa. Sim: cantam aos quatro ventos que o adversário manda no Mineirão.

Aqui no Rio Grande do Sul, os torcedores estão preocupados com a falta que Geromel fará na decisão. Eles não parecem estar muito preocupados com a falta que ele pode fazer contra o Cruzeiro. Parece que se esqueceram de que ainda temos 90 minutos de jogo e que, apesar de ele ser um excelente zagueiro, lá dentro serão 11 contra 11 e, do lado de fora, perto de vocês, estarão mais de 50 mil vozes que, assim como eu, confiam e não vão parar de apoiá-los por um minuto sequer.

Mineirão terá casa cheia no duelo decisivo
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Coube a nós a ingrata tarefa de enfrentar na semifinal o time que vem jogando o melhor futebol do Brasil neste ano. Não é demérito assumir isso. Muito pelo contrário. Isso torna ainda mais importante nossa missão. E quem quer entrar para a história não pode escolher adversário ou esperar ajuda do destino. Eu, que estive na Arena na quarta-feira passada, ouvi antes do jogo palpites como 3 a 0, 2 a 0 e o clássico 'vamos sair daqui classificados'. Mas isso não se concretizou e o que vi foi um Cruzeiro que, quando resolveu jogar futebol e atacar o adversário, deixou o estádio em silêncio, apreensivo. Pena que não tenha tido essa atitude por mais tempo.

Não fosse uma bobeira já no apagar das luzes do primeiro tempo, nossa sorte teria sido ainda melhor. Mas o que passou, passou, e é preciso encarar o restante da batalha, hoje, ciente da diferença entre fazer história e ficar pelo caminho. Vou usar as palavras de um célebre compositor gaúcho - e gremista - para definir meu modo de encarar mais essa barreira a ser superada. "Eu não vim até aqui para desistir agora", já dizia Humberto Gessinger.

Vamos lutar, vamos sofrer, vamos tentar do começo ao fim. Lembrem-se de que estatísticas e história não vão decidir nada. Mas lembrem-se também que só vocês e nossos milhões de torcedores acreditam que podemos fazer valer as estatísticas e voltar a fazer história.

Força, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

2 comentários:

  1. Perfeita a preleção. Que chegue ao Mano e ele a aproveite.
    Zeeeeeiiiroooooô!!!!

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  2. Grêmio vai deitar e rolar kkkkk

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